27 Noites é um drama argentino que explora os limites da mente e da autonomia. Dirigido por Daniel Hendler, o filme segue Martha Hoffman, uma colecionadora de arte rica e audaciosa. Seu estilo de vida aventureiro entra em choque com as filhas. Ela acaba internada em uma clínica psiquiátrica sem consentimento. Um perito judicial examina sua psique. Ele também reflete sobre suas próprias limitações. A trama levanta questões sobre agência corporal, mental e ansiedades modernas. Mas será que 27 Noites se inspira em uma história real? Neste artigo, mergulhamos nas origens do filme, sua base biográfica e o impacto social.
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Sinopse de 27 Noites: Um Olhar Íntimo à Psique
27 Noites acompanha Martha, uma mulher de 80 anos que vive intensamente. Colecionadora de arte, ela desafia convenções. Suas filhas veem isso como instabilidade. Elas a internam à força em uma instituição psiquiátrica. O perito designado pelo tribunal, Dr. Elias, conduz sessões profundas. Ele desenterra camadas de desejos e traumas. Ao mesmo tempo, Elias questiona sua própria vida rígida.
O roteiro, escrito por Hendler, Mariano Llinás e Martín Mauregui, mistura drama psicológico com dilemas éticos. O filme dura 105 minutos. Ele estrela uma atriz veterana no papel de Martha. Críticas elogiam a sutileza das atuações. No Rotten Tomatoes, recebe nota alta por sua profundidade. A narrativa não busca espetáculo. Foca em interações sutis que constroem tensão emocional.
27 Noites se Inspira em uma História Real?
Sim, 27 Noites se inspira em uma história real, embora de forma solta. O filme baseia-se no romance homônimo de Natalia Zito. Este, por sua vez, incorpora elementos da vida da artista e escritora Natalia Kohen. Nascida em 1919 em Mendoza, Argentina, Kohen era erudita em literatura e filosofia. Apaixonada por arte, dirigiu a Fundação Argentia após o falecimento do marido, Mauricio Kohen, um magnata farmacêutico.

Em 2005, aos 86 anos, Kohen enfrentou um conflito familiar. Ela queria investir em um centro de arte local. Suas filhas, Nora e Claudia, discordaram financeiramente. Elas consultaram um psicoterapeuta e o neurologista Dr. Facundo Manes. Kohen ignorou alertas de seus advogados sobre risco de internação indevida. Logo, foi declarada em necessidade urgente de assistência médica. Internada à força no Instituto de Neurociências de Buenos Aires (Ineb), passou 27 noites lá. Esse detalhe provavelmente inspirou o título do filme.
O caso de Kohen ganhou destaque na mídia argentina. Um relatório detalhado da Página 12, de 13 de julho de 2006, descreve sua rotina regimentada na clínica. Ela se sentiu traumatizada pela perda de autonomia. Contatou amigos de dentro da instituição. Iniciou uma campanha pública com inquéritos jornalísticos. Isso levou à sua liberação precoce.
O Caso Real de Natalia Kohen: Uma Luta pela Autonomia
Natalia Kohen não era uma figura comum. Formada em filosofia, casou-se com Mauricio, fundador da Argentia. Após sua morte, assumiu a fundação. Promovia arte e cultura. Aos 86, propôs um projeto de centro de arte. Isso gerou atritos com as filhas, que assumiram o controle financeiro.
As filhas buscaram ajuda profissional. Consultaram Dr. Manes, do FLENI. Ele diagnosticou doença de Pick, uma demência frontotemporal que afeta a comunicação. O diagnóstico levou à internação compulsória. Kohen descreveu em entrevistas o horror da rotina institucional. Horários rígidos, medicação forçada e isolamento a marcaram profundamente.
Determinada, Kohen mobilizou apoio externo. Amigos e jornalistas pressionaram por sua saída. Liberada, enfrentou restrições em casa. Limitavam seus movimentos e contatos. Ela processou Dr. Manes por relatórios médicos falsos. O caso virou manchete nacional. Discutia agência médica, direitos patrimoniais e autonomia idosa.
O Julgamento Revela Verdades Ocultas
O processo judicial expôs irregularidades. Kohen alegou que o diagnóstico de Pick era falso. Apontou falhas no processo. Inicialmente, o FLENI negou registros de avaliação dela. Isso reforçou suas acusações. Em 5 de junho de 2005, Manes emitiu um novo certificado. Confirmava sintomas compatíveis com a demência original.
Mas o documento foi assinado por sua advogada, Griselda Russo, que nunca examinou Kohen pessoalmente. Inconsistências entre certificados e narrativas surgiram. Em 16 de outubro de 2007, a corte de apelação anulou o diagnóstico de demência. Baseou-se em opiniões de especialistas e discrepâncias do FLENI.
Ainda assim, Kohen foi declarada legalmente incapaz. Três peritos identificaram síndrome psicoorgânica, um distúrbio mental orgânico. Isso levou à nomeação de um curador definitivo para gerir finanças e bens. Diferente do usual, não limitou suas despesas mensais. Kohen faleceu em 2022, aos 103 anos. Deixou legado cultural rico. Um documentário de 2009 mostra reconciliação com as filhas anos depois.
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Assista e reflita sobre agência na velhice. 27 Noites transforma trauma pessoal em lição universal.





[…] 27 Noites abre com Martha Hoffman, uma rica viúva de 83 anos, vivendo uma vida plena e hedonista em Buenos Aires. Ela frequenta festas, bebe sem moderação e mantém relações com amigos mais jovens, de ambos os sexos. Porém, as filhas Myriam e Olga, ameaçam sua liberades, já que afirmam que a mãe tem demência frontotemporal e a internam em uma clínica psiquiátrica. O filme, inspirado no caso real da artista Natalia Kohen – que foi injustamente declarada incompet… […]
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